segunda-feira, 23 de abril de 2012

domingo, 22 de abril de 2012

Japão- Passado e Presente

Sessão de conto e apresentação de factos da História e Geografia do Japão para as turmas do 7ºA e do 5º E.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

ESCRITORES JAPONESES

Yasunari Kawabata - (1899-1972)

Yasunari Kawabata - Nobel da literatura em 1968. O seu primeiro romance tem o título português "Terra de Neve", relata a história de amor entre um japonês de Tóquio e uma gueixa de uma povoação do interior. Este livro é considerado um clássico e colocou este escritor como um dos mais importantes do japão.
Yasunari Kawabata escreveu , entre outros, os seguintes livros: A Casa das Belas Adormecidas; Beleza e Tristeza; Kyoto e Meijin, que é considerado o seu melhor romance.
O seu estilo liga-se às correntes surrealista e impressionista, tendo como temas preferidos a solidão, a angústia da morte e a psicologia feminina. Utiliza uma linguagem suave, abstrata e subjetiva, que se aproxima da prosa poética.

Junichiro Tanizaki (1886 – 1965)

Junichiro Tanizaki é um dos maiores autores da literatura japonesa moderna e é um dos mais populares romancistas japonês. A maioria de seus livros é altamente sensual, alguns centrados no erotismo. Na sua linguagem está presente uma agudeza de perceção e uma sofisticação irónica. Muito embora seja lembrado por suas novelas e contos, Tanizaki também escreveu poesia, drama e ensaio. Ele foi, acima de tudo, um magistral contador de histórias. Destaca-se das suas obras: As irmãs Makioka; Diário de um velho louco; Em louvor da sombra; Voragem; Amor insensato; A chave e Naomi.

Natsume Soseki (1867-1916)

Natsume Soseki  era o pseudónimo de Natsume Kinnosuke - Escritor japonês que marcou a época Meiji. Opôs-se ao naturalismo reinante e orientou-se pelo individualismo, o que o levou à introdução de aspetos psicológicos nas suas personagens. É autor de 14 romances, entre os quais se destacam Botchan, Sanshiro, Sorekara, Mon [Portão], Kokoro  e Michikusa .

Yosano Akiko (1878-1942)


Yosano Akiko  é o pseudónimo de Yosano Shiyo - Poetisa de final da época Meiji destacou-se também na luta pela liberdade da mulher.
Em 1901, publicou o seu primeiro livro de poesia tanka, Midaregami, que continha cerca de 400 poemas. Seguiu uma linha individualista inovadora na sua poesia e publicou mais vinte antologias waka, tais como Koigoromo e Maihime.
Durante o período Taishō (1912-1926), Yosano focou a sua atenção no comentário social, publicando Hito obyobi Onna to shite, Gekido no Naka o Iku e a sua autobiografia Akarumi.  Critica o então crescente militarismo do Japão e promove os seus pontos de vista feministas.


Kobo Abe (1924 - 1993)



Kobo Abe é o pseudónimo de Kimifusa Abe , foi um romancista e dramaturgo japonês do século XX. Foi um dos líderes do vanguardismo japonês. Sofreu influências do existencialismo, surrealismo e marxismo, que marcaram a sua posição no período do pós guerra, no Japão. Entre as suas obras contam-se romances, como A Mulher da Areia (Suna Na Onna) e peças de teatro, como O Homem que se Transformou num Pau.

Yukio Mishima (1925 - 1970)

Yukio Mishima pseudónimo de Kimitake Hiraoka - Escritor, poeta, dramaturgo, actor e diretor de cinema, foi nomeado três vezes para o prémio nobel da literatura. Mishima é um dos autores mais considerados do Japão do século XX. É mundialmente conhecido por romances como O Templo do Pavilhão Dourado e Cores Proibidas. Escreveu mais de 40 novelas, poemas, ensaios e peças modernas de teatro Kabuki e Nô.

Kenzaburo Oe (n. 1931)

Kenzaburo Oe : Escritor japons que ganhou o Prémio Nobel de Literatura de 1994. A sua obra  retrata  a relação de seus contemporâneos com o passado feudal do Japão,  a sua natureza e os seus mitos. A sua ficção reflete a decadência do Japão tradicional no período pós-guerra.  
O seu livro mais conhecido no Ocidente é o livro O Grito Silencios, onde relata a trajetória de um homem que, ao buscar conciliação com seu passado, depara com o passado de seu país, o Japão feudal.
O escritor tem publicado também no Ocidente Narrativa sobre as Maravilhas da Floresta, Dias Tranquilos e Um Eco do Céu.

Haruki Murakami (n.1949)


Haruki Murakami é um dos principais autores do Japão atual, e provavelmente um dos  mais vendidos no estrangeiro.  Publicou o seu primeiro livro, Hear the Wind Sings, em 1979. Seguiram-se outras obras como: Pinball; Caçando carneiros; Hard-boiled Wonderland and the End of the World, que recebeu o Prémio Tanizaki; Norwegian Wodd, que vendeu mais de vinte milhões de cópias num ano; Dance, Dance, Dance; After de quake e Kafka. Em 1996 ganhou o Prémio Literário Yomiuri.

A POESIA JAPONESA

É na chamada Era Heian (794-1192) que aparecem os primeiros poemas escritos em língua japonesa. A primeira obra da poesia clássica japonesa Man’yôshû foi compilada por volta de 760. Nela aparece a escrita de estilo japonês, denominado wabun. Anteriormente os japoneses utilizavam o estilo chinês, o qual continuou a ser usado em documentos oficiais.
Nesta altura surgem obras literárias em língua japonesa, como as elaboradas por mulheres: Genji Monogatari, de Murasaki Shikibu, e Makurano Sôshi, de Sei Shonagon.
Na poesia, destaca-se a produção dos poemas do género tanka (poema de31 sílabas), cuja produção representativa do período encontra-se reunida na obra Kokinwakashû (Coletânea de poemas waka de outrora e de hoje).
Waka é a denominação para os poemas japoneses, cuja forma poética pode ser variada: chôka (poemas longos), tanka (poema de 31 sílabas), sedôka (poema de seis métricas), entre outros (WAKISAKA). O tanka é composto por 31 sílabas poéticas divididas em versos de 5, 7, 5, 7, 7 sílabas em cada verso (WAKISAKA).
Atualmente as principais formas de poesia japonesa podem ser divididas em poesia experimental e poesia que busca revitalizar as formas tradicionais (tanka, haiku e shi).

O haiku
“O haiku é mais do que uma forma de poesia; é uma forma de ver o mundo. Cada haiku capta um momento de experiência; um instante em que o simples subitamente revela a sua natureza interior e nos faz olhar de novo o observado, a natureza humana, a vida”.
 (A. C. Missias, biólogo e poeta americano)
O haiku deriva de uma forma de poesia que existiu no Japão, entre os séculos IX e XII, que se chamava tanka. Tratava temas religiosos ou da corte e compunha-se de cinco versos, de cinco e sete sílabas.
A partir do século XV, começam-se a realizar concursos de poesia, em que a primeira estrofe, dada como mote por um poeta, era composta por três versos designados por hokku. Esta estrofe inicial vai, com o correr do tempo, aparecer de forma independente e, no século XIX, Masaoba Shiki, atribui-lhe o nome de haiku (haihai + hokku).
   Características
Quanto à forma, tem três versos, de 5 e 7 sílabas métricas japonesas. Quanto ao conteúdo tem que ter dois elementos: a perceção sensorial, particular, subjetiva, e imediata, associada a um elemento da natureza e, frequentemente às estações do ano, o Kigo.  É uma ou duas frases que representa o aqui e o agora, o qual vai originar uma dada emoção/sugestão, a perceção sugestiva, mais ampla. A separação entre os dois elementos é feita por uma palavra ou sinal gráfico.
Em japonês são tradicionalmente impressos numa única linha vertical, enquanto em português escrevemos em três linhas horizontais. É comum também que existam pinturas acompanhando o hai cai, elas são chamadas de haiga. E Haijin é o nome dos escritores de haicais.


Poetas do haiku
Bashô Matsuo
Bashô Matsuo (1644–1694), considerado o primeiro e maior poeta japonês de haiku, nasceu samurai e adotou a simplicidade tanto na vida como na criação poética. A par de poemas de carácter lúdico, começou a valorizar o papel do pensamento no haiku, imprimindo-lhe o espírito do budismo zen.  Nos seus poemas aparecem estados de espírito que mostram a natureza física e humana: humor, depressão, euforia, confusão.
Este caminho
Ninguém já o percorre,
Salvo o crepúsculo.

De que árvore florida
Chega? Não sei.
Mas é seu perfume.

O velho tanque -
Uma rã mergulha,
barulho de água.

Enamoto Kikaku
Enamoto Kikaku (1661-1707) - Fundou a escola haiku Edosa, que se opõe à serenidade melancólica de Bashô. Exalta a pobreza como uma forma de comunhão com o mundo natural.
Ah, o mendigo!
A lua a veste
de terra e céu.
Buson Yosa
Buson Yosa (1716 - 1783) - Foi um poeta e pintor japonês do Período Edo, e foi tanto discípulo como mestre de grandes artistas do século XVIII. É considerado o melhor representante do Período Edo (1603 -1868).
Masaoka Shiki
Masaoka Shiki (1867 – 1902)  - crítico literário, considerou que à poesia de Bashô faltava pureza e tinha muitos elementos explicativos. Para ele o haiku era a partilha de um momento e não a sua explicação. 
Koi Nagata
Koi Nagata (1900 - 1997) - Poeta, artista e ensaísta, criou um estilo próprio, fundado no pensamento zen. A sua poesia distinguiu -se pelo sentimento de solidão e mostrar a decadência fatal do homem.

Sites consultados:

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Encontro entre portugueses e japoneses (biombos Namban)

O ENCONTRO DE PORTUGUESES E JAPONESES
O primeiro encontro entre portugueses e japoneses dá-se no século XVI (1543). O espanto perante os costumes diferentes entre os dois povos aparece em vários documentos, mas é nestes biombo da arte Namban (arte feita sob a influência dos primeiros contactos com os povos europeus), que melhor se pode ver como os portugueses eram vistos pelos japoneses. Esta pintura é atribuída ao pintor Kano Domi (V. Museu de Arte Antiga, Lisboa).



A Língua Japonesa

A cultura japonesa tem muita influência da religião budista. O budismo veio da Índia para o Japão, através da China e da Coreia no ano de 538. Iniciaram-se então, contatos diretos entre o Japão e a China.
Nessa época, o Japão tinha a sua linguagem oral, mas ainda não tinha os seus próprios caracteres e então aplicava-se caracteres chineses que são os kanjis. Mais tarde, foram inventados vários vocábulos pelos japoneses, baseando-se nos kanjis. Quando em fins do século VIII, houve a interrupção das relações com a China, foram adotados os caracteres Kanâ, simplificando o kanji.
Atualmente usa-se uma mistura desses dois caracteres na linguagem escrita. Por isso os japoneses e chineses conseguem se entender através da escrita, apesar das suas linguagens orais serem completamente distintas uma da outra.

Expressões Formais e Informais na Língua Japonesa
Na Língua japonesa existem quatro graus de conversação:
01) Línguagem honorífica de respeito (SONKEI NO KEI-GO). Exemplo: Tamada-sam wa irasshaimasu ka.

02) Línguagem honorífica de humildade (KENJOU NO KEIGO). Exemplo: Hai, Tamada wa orimasu.

03) Línguagem polida ou formal (TEINEI-TAI). Exemplo: Tamada-san wa imasu ka.

04) Línguagem reduzida ou informal - "o japonês de verdade" (FUTSUU-TAI) Exemplo: Tamada wa iru ka. Aa, iru yo.

Assim, o único verbo em português "estar", em japonês foi expresso em quatro modalidades. Por essa razão, tal como a gramática japonesa exige, o povo japonês naturalmente expressa no dia a dia, ora com muito respeito aos terceiros, ora com muita humildade para si e ora sem cerimônia entre amigos, o que não acontece na língua portuguesa.
Destacando aqui, apenas como exemplo, há quatro linguagens honoríficas japonesas dentro de um verbo:

01) Sonkei-go: quando o falante expressa o máximo de respeito com quem sem fala e de quem se fala.

02) Kenjou-go: quando o falante demonstra humildade para elevar a pessoa com quem se fala. Não é aquela humildade de ser humilhado, mas sim, ser humilde para justamente dar mais espaço e consideração ao ouvinte.

03) Teinei-go: quando não há necessidade da interferência de sonkei-go ou de kenjou-go, utiliza-se esta linguagem para expressar educação, polidez.

04) Bika-go:
  a) quando apenas “enfeita” a palavra adicionando os prefixos “o” de origem japonesa, ou “go” de origem chinesa. Exemplo: o+kane= okane, dinheiro. Go+han, arroz cozido.
  b) quando a palavra é expressa com respeito. Exemplo: o+tou-san= otou-san, pai de alguém ou ao chamar o próprio pai. Go+shujin= goshujin, marido de alguém.

Vamos colocar as três primeiras linguagens acima em prática. Em português, como exemplo, o verbo “estar” é expresso sem nenhuma diferença. Em qualquer ocasião será “estar”.
Porém, no japonês temos:
Eu estou = orimasu = humilde
Você está = irasshaimasu = respeitoso
Nós estamos = imasu = polido
Além dessas três modalidades, existe ainda a expressão reduzida ou informal (futsuu-tai) que é utilizada no dia a dia entre os amigos mais chegados. Exemplo: estou, está, estamos, estão = iru.
O Português e o Japonês
O Japão sofreu uma grande influência da civilização ocidental desde a introdução do Cristianismo em 1549 pelo missionário português, São Francisco Xavier.
Por essa razão, há muitas palavras portuguesas que passaram para o Japão e do Japão que passaram para Portugal.
Exemplo de palavras japonesas que passaram para o vocabulário português:

Palavras japonesas
Palavras Portuguesas
Banzai
Banzé
Byôbu
Biombo
Kimono
Quimono
Nippo
Nipónico
Samurai
Samurai
Tchá
Chá
Tchawan
Chávena


Exemplo de palavras portuguesas que passaram para o vocabulário japonês:

Palavras portuguesas
Palavras japonesas
Botão
Botan
Capa
Kapa
Capitão
Kapitan
Copo
Koppu
Pão
Pan
Sabão
Shabon
Tabaco
Tabako

Fonte: Manual de História do 8º Ano de Maria Emília Diniz, Ed. O Livro.
Dicionário Ilustrado de Japonês/português para conhecer Portugal
Procurando no nosso baú de recordações do Japão encontramos este interessante dicionário de Japonês/Português:






Um caderno de kanji (cabem 200 letras). Esta imagem mostra a letra mais simples e a mais complicada.




Um Livro de Escrita Japonesa mais avançada, utilizado em vários níveis de ensino:


Festival do Tanabata

Tanabata
Tanabata Matsuri (夕祭り"Festival do Tanabata"), é uma comemoração de origem japonesa que ocorre na sétima noite do sétimo mês do ano.
Uma lenda japonesa conta a origem do festival Tanabata:
muito tempo, morava próximo da Via Lactea uma linda princesa chamada Orihime (織姫) a "Princesa Tecelã".
Certo dia Tentei (天帝) o "Senhor Celestial", pai de Orihime, apresentou-lhe um jovem e belo rapaz, Kengyu (牽牛) o "Pastor do Gado" (também nomeado Hikoboshi), acreditando que este fosse o par ideal para ela.
Os dois se apaixonaram fulminantemente. A partir de então, a vida de ambos girava apenas em torno do belo romance, deixando de lado suas tarefas e obrigações diárias.
Indignado com a falta de responsabilidade do jovem casal, o pai de Orihime decidiu separar os dois, obrigando-os a morar em lados opostos da Via-Láctea.
A separação trouxe muito sofrimento e tristeza para Orihime
Sentindo o pesar de sua filha, seu pai resolveu permitir que o jovem casal se encontrasse, porém somente uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês do calendário lunar, desde que cumprissem sua ordem de atender todos os pedidos vindos da Terra nesta data.
Na mitologia japonesa, este casal é representada por estrelas situadas em lados opostos da galáxia, que realmente só são vistas juntas uma vez por ano: Vega (Orihime) e Altair (Kengyu).
Neste festival, as pessoas escrevem num papel um pedido e penduram num bambu. Depois queimam o bambu para que o pedido vá para o céu.